Estrangeiras têm projetos criativos
Na holandesa THNK School of Creative Leadership, alunos são chamados de participantes e professores, de facilitadores. Não é só aí que a escola se diferencia de outras “business schools”. A peculiaridade maior está na metodologia utilizada. “O formato dos programas é quase 100% experiencial”, afirma Daniel Gurgel, cofundador da Polifonia e embaixador da THNK no Brasil.
Em agosto, Gurgel organizou no Brasil um workshop de três dias com dois facilitadores da THNK. Foi um programa de liderança criativa da escola holandesa com foco em design thinking, coaching de reflexão e consciência de trabalho em equipe. A partir de um problema real – no caso desse workshop, mobilidade urbana – os participantes chegaram a determinadas soluções em um processo que os fez refletir sobre as próprias ações e de seus pares e enfatizou a criatividade. “O tema é só um motivo, algo a ser trabalhado em cima, e é importante que seja sobre o futuro de alguma coisa. Porque liderança criativa é isso, resolver problemas hoje que impactam mais adiante”, diz Gurgel.
O público-alvo do programa são empreendedores – comerciais e sociais – e executivos do mundo corporativo. Em junho do ano que vem o curso vai se repetir em São Paulo, mas com outro tema a ser discutido.
Depois de trazer o programa da THNK para o Brasil, agora a Polifonia lança seu próprio curso, chamado Protagonismo Criativo. Com cinco meses de duração, o programa terá até 25 participantes. O público-alvo dos dois cursos é um pouco diferente. No da THNK, os participantes têm entre 35 e 50 anos de idade e oito anos de experiência com liderança. No da Polifonia a idade fica entre 25 e 35, com experiência de dois anos na gestão de equipes. Além disso, o workshop da THNK é ministrado em inglês. Já o da Polifonia será em português.
A dinamarquesa Kaospilot, reconhecida por ajudar seus alunos em temas como empreendedorismo, liderança, criatividade e inovação social, também voltou os olhos para o Brasil. Em outubro, aconteceu no país o primeiro programa da escola. Chamado de “Arte & Métodos para Facilitar Espaços de Aprendizagem”, o curso para educadores foi ministrado em inglês e contou com 47 participantes em duas turmas. O objetivo do programa era ajudar os educadores a explorar formatos experienciais de aprendizagem que facilitem e inspirem a criatividade e a inovação na sala de aula.
Henrique Versteeg-Vedana, embaixador da Kaospilot no Brasil, diz que em dezembro haverá uma segunda edição do programa em São Paulo – desta vez em português. E, para 2016, a meta é levar o curso para outras cidades brasileiras, além de incluir mais um programa, o de liderança criativa, no portfólio da instituição no Brasil. “A Kaospilot quer disseminar sua metodologia a mais pessoas e começou a usar sua rede de ex-alunos para levar os cursos a outros países”, diz Versteeg-Vedana, que concluiu, em 2009, o programa de três anos da escola na Dinamarca.
Assim como a THNK, a Kaospilot baseia seus programas em questões práticas e na autonomia do estudante em fazer seus projetos. “Há um foco claro em liderança e prática de reflexão, para que o participante tome consciência de suas decisões”, diz Versteeg-Vedana.
O curso da Kaospilot no Brasil foi ministrado na Perestroika, uma escola que, desde a sua fundação, em 2007, procura juntar aprendizagem com experiência. “Tratamos a criatividade como uma habilidade que pode ser aprimorada, como qualquer outra”, diz Guilherme Piletti, sócio da Perestroika e gestor da unidade de Brasília da instituição. “Não se trata de um dom divino. A partir do momento que você entende os métodos, pratica e estuda, você pode catalisar o ato de ter boas ideias.”
Com mais de 20 cursos no portfólio, entre eles o Yakuza, que mostra como usar método, treino e excelência para criar, a Perestroika ministra aulas em sete capitais: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Recife. O público-alvo são pessoas que veem a importância de promover inovação com criatividade, seja em áreas de cerne criativo ou nas mais conservadoras, como financeira e engenharia. “O fio condutor dos programas é a inquietude de propor coisas novas no contexto que você está”, diz Piletti.
Na Laje, com sede no Rio de Janeiro, a inovação e a prática também são o eixo do aprendizado. Todos os cursos de média e longa duração têm uma iniciação teórica para depois apresentar as ferramentas necessárias para a aplicação prática de um caso real, normalmente um projeto sem fins lucrativos vindo de uma parceria “pro bono” feita pela escola. “Em cima de algo real os participantes do curso têm acesso aos métodos aprendidos”, diz Clarissa Biolchini, diretora de inovação da Laje.
No mercado desde maio, a Laje, um braço da agência Ana Couto Branding, já conta com 400 alunos. Em 2016 a escola chega a São Paulo. No portfólio há desde palestras, com duas horas de duração, até cursos de 36 horas em três pilares: branding, design thinking e inovação em negócios. Entre os alunos há desde recém-formados na faculdade até um público mais sênior. Cerca de 80% têm entre 25 e 40 anos.