Um segredo que você precisa saber sobre Design Thinking
Por Polifonia
Design thinking não é fórmula mágica, mas funciona.
É bom deixar isso bem claro logo de cara, já que todos os termos que viram palavras da moda acabam gerando um pouco de desconfiança em quem está saturado de escutá-los. Então vamos começar belo básico: o que raios é design thinking?
Há quem diga por aí que é uma metodologia para criar produtos. Outros dirão que é uma ferramenta para tornar mais eficiente o processo criativo. Alguns insistirão em combater a primeira frase desse texto e dizer que, sim, é algo mágico….
E nenhum deles está exatamente errado no que diz, mas é algo mais simples e óbvio do que parece.
Design thinking é pensar como designer.
Mas o que isso significa, fundamentalmente? Significa que, antes de ser metodologia, ferramenta, magia, é uma abordagem, um mindset, uma forma de enxergar e atuar no mundo para promover o bem estar na vida das pessoas. Pensar que nem designer é entender integralmente os problemas e buscar soluções empáticas para resolvê-los.
Ou, como diria David Kelley, fundador da d.School de Stanford e da IDEO, é algo que “permite que as pessoas tenham confiança na sua criatividade”. E o mais incrível é que esse tipo de pensamento serve para absolutamente tudo.
De produtos digitais a soluções para desnutrição infantil, a versatilidade desta abordagem é infinita. Por isso é sempre importante trabalhar em equipes multidisciplinares e horizontais, onde a sabedoria específica de cada membro pode acrescentar muito para o todo.
O design thinking, enquanto abordagem de criação, se difere de métodos convencionais por não se sustentar apenas em dados frios e estatísticas distantes. É óbvio que os números são ferramentas importantes e nunca devem ser desprezados. Pelo contrário, devem ser valorizados e levados a sério.
O fluxo do design thinking
O pulo do gato é entender que dados fazem muito mais sentido quando acompanhados de uma boa dose de empatia e pesquisa sobre hábitos socioculturais e sobre os valores que o público alvo carrega consigo. Esse ato, de estar na pele da pessoa que você está atendendo, permite enxergar a outra ponta, o fim da estrada, o longuíssimo prazo, antes mesmo de começar a inovar.
Essa dose empática é um ponto de partida indispensável para dar início ao processo de ideação. Você já conhece seu alvo, a persona que você quer atingir. O importante agora é entender, neste momento, como atingi-la e o que vai gerar valor para que isso aconteça. Boas horas de pesquisa ainda são convenientes para essa etapa, mas se aproveitar do passo anterior para compreender as dores e as necessidades do público e, então, desdobrar esses problemas em soluções palpáveis e aceitáveis.
Agora que a ideia está pronta e no papel, nada melhor para dar corpo a ela do que realizar alguns testes, não é mesmo? Prototipar antes de lançar é a melhor maneira de evitar falhas graves. E de criar a possibilidade para grandes pivotadas, caso as teses iniciais daquilo que está sendo criado não se confirmem.
A evolução natural deste processo de criação é aplicar todo o conhecimento adquirido de maneira objetiva e chegar num resultado. A questão é que este resultado não significa necessariamente que o processo chegou a um fim: em estando entregue o objeto inicial, volta-se à primeira etapa de imersão para avaliar o funcionamento da primeira ideia e, a partir disso, evoluir e incrementar o produto/serviço com novos olhares.
É um ciclo sem fim de constante melhora!
Tão humano quanto pode ser. E a beleza disso tudo é que ele não só não termina como é muito eficiente.
Nesse caso, é possível resumir o ciclo de design thinking em algumas palavras-chaves: imersão (compreensão), ideação (criação), prototipação (testes) e desenvolvimento (aplicação).
Ou, numa abordagem ainda mais voltada para o humano, quatro perguntas que podem ajudar a entender melhor cada etapa: “para quem eu faço”, “o que eu faço”, “como eu faço” e, no ponto de entrega e reavaliação, “por que eu faço?”.
Compreender essa faceta humana e holística do design thinking é a chave para aplicá-lo de forma prática e objetiva para resolver questões complexas do mundo contemporâneo. E talvez assim, passando a olhar para o humano ao invés das ferramentas, consigamos criar soluções para nosso futuro.
Porque, afinal, não é fórmula mágica… Mas funciona.